Em um cenário que exige constante evolução como o universo da educação, qualificar o formador é a missão que a Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais consolidou nos últimos cinco anos.

Integrada à Secretaria de Estado de Educação de Minas (SEE/MG), a Escola de Formação comprova a estratégia de investir na ampliação da estrutura e na qualidade das formações por meio do aumento da oferta de cursos e certificações emitidas.

A Escola de Formação é um espaço de ampliação do conhecimento, formação qualificada e produção de materiais pedagógicos que atende a diferentes profissionais que atuam na rede estadual de ensino de Minas Gerais. Com a publicação do Decreto de Competências da SEE, no ano passado, a unidade passou a ter status de superintendência dentro da organização da Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica.

“A escola visa o processo de formação continuada em exercício da função da carreira do professor, do especialista, gestores e demais profissionais que trabalham nas escolas e outros setores e órgãos da Educação”, explica o superintendente da Escola de Formação, Weynner Lopes.

Avanços nas formações

Levantamento realizado pela SEE/MG mostra que cerca de 686 mil certificações de cursos oferecidos pela Escola de Formação foram emitidas entre 2019, início da atual gestão, até 2023. O montante está distribuído em mais de 550 turmas formadas no mesmo período.

A marca é resultado do aumento da oferta de cursos e alcance dos profissionais da rede de ensino estadual, principalmente, na modalidade Educação a Distância (EaD) a fim de contemplar educadores de 853 municípios. Os números apontam que a quantidade de turmas de profissionais capacitados cresceu cerca de 370% nos últimos cinco anos.

O quantitativo de cursos também acompanhou a evolução da oferta e cresceu mais de 160% no mesmo período. Enquanto em 2019, início da atual gestão, 42 turmas formaram-se em 24 diferentes opções de cursos. Em 2023, a grade saltou para 64 tipos de cursos que atenderam 198 turmas.

Como explica Weynner, a estratégia de crescimento foi traçada a partir da homologação do Currículo Referência Minas Gerais (CRMG). “Começamos a execução de trilhas formativas que fossem relevantes para implementação do CRMG, pensando numa estrutura completa de materiais e ferramentas que subsidiam o processo de ensino e aprendizagem pensando nos dois atores principais: professores e estudantes”, detalha o superintendente.

Cursos mais procurados

A organização do guia de cursos com mais 60 opções disponibilizadas acontece com base em dois objetivos: trabalhar as competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do CRMG, além da escuta de demandas da rede estadual. Nesse contexto, a ampliação da oferta de cursos mostrou-se um acerto também evidenciado pela procura dos profissionais por temas relevantes e ações interligadas da SEE/MG.

Entre os mais procurados, lidera o “Google for Education: recursos e possibilidades” com quase 126 mil formados, um curso ligado à tecnologia conectado à entrega de 65 mil chromebooks a professores e especialistas da educação que atuam no ensino médio.

“Esse é um curso que a Escola de Formação tem muito orgulho, porque foi feito em parceria com os Núcleos de Tecnologia Educacionais das Superintendências Regionais de Ensino da SEE/MG e pensado para atender uma necessidade urgente durante a pandemia mas, para além disso, a médio e longo prazo, atender a demandas que a rede estadual de se reciclar em relação às ferramentas tecnológicas”, diz Weynner.

O curso “Saúde Vocal do Professor” também desponta entre os mais procurados desde 2019, com mais de 123 mil formados. Temáticas sobre Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), Gestão da Sala de Aula, Introdução à Formação Pedagógica: Reforço Escolar e ao Sistema Estadual de Redes em Direitos Humanos (Sima): Princípios do Reconhecimento e da Convivência Democrática também aparecem na lista das formações mais procuradas pelos profissionais da rede estadual.

Investimentos e valorização do profissional

O avanço da Escola de Formação também passa pelo seu fortalecimento por meio de recursos destinados. Só nos últimos dois anos, foram investidos quase R$ 43 milhões em infraestrutura e demais despesas.

Outro gesto à valorização do corpo de formadores da rede pública foi a reestruturação da Escola de Formação. Antes lotados nas escolas em que atuavam, os professores e formadores passaram a ser lotados como servidores efetivos da Escola de Formação, após publicação no Diário Oficial de Minas Gerais na edição de 30/1/2024.

A conquista é considerada essencial para a garantia da formação continuada dos servidores da rede estadual de ensino.“Um dos grandes desejos da atual gestão era conseguir termos professores, formadores e outros profissionais que trabalham na carreira da docência e na regência lotados na Escola de Formação e conseguimos essa vitória com publicação da Lei e do Decreto de Competência, a possibilidade de lotar e colocar em exercício as carreiras previstas na Lei 15.133”, celebra o superintende.

Na publicação de janeiro, foram nomeados 71 servidores, mas a previsão é de que o corpo de servidores da Escola de Formação alcance 135 formadores efetivos.

Entre os primeiros nomeados, está o professor da rede estadual e formador Vagner Dutra. O docente ensinava matemática para dezenas de estudantes da Escola Estadual Pandiá Calógeras, em Belo Horizonte, até trocar a sala de aula pelos estúdios de gravação, onde agora ensina a milhares de estudantes de todo o estado por meio do programa “Se Liga na Educação”, produzido pela Escola de Formação e veiculado pela Rede Minas.

“Nossa rotina de trabalho envolve formações de educadores, aulas do ‘Se Liga na Educação’, produção dos Cadernos Mapa, Jornal Lupa, além da entrega de diversos materiais pedagógicos que professores e estudantes podem consultar”, conta o professor.

A Escola de Formação também organiza seminários e capacitações presenciais, que devem ser expandidos em 2024. “Tivemos várias formações com bons feedbacks, entre elas, no ano passado, tivemos uma formação do Plano de Recomposição de Aprendizagens (PRA), em que foi iniciada recebendo a nossa formação presencialmente e que eles retornaram aos municípios aplicando para toda rede estadual”, diz.

Na ponta desse processo está o supervisor escolar John Corrêa, do município de Leopoldina, que já concluiu formações sobre o Novo Ensino Médio e o PRA. Para o profissional, experienciar metodologias diferenciadas, ativas e com momentos de prática são um canal para mediar relações com os pares.

“É possível estabelecer um contato que viabiliza um feedback instantâneo e a troca de experiências por meio das relações interpessoais que amplia e potencializa nosso trabalho. Dessa forma retornamos às nossas regionais munidos deste forte aparato para a multiplicação dessas vivências”, avalia.

 

 

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